segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Crise no Chile mantém brasileiros detidos

REDAÇÃO ÉPOCA
Manifestantes voltaram a bloquear a saída de turistas da região depois que comunicado do governo chileno afirmou que protestos tinham "perdido força"
Ainda há nesta segunda-feira (17) turistas brasileiros que não conseguiram a deixar a região de Puerto Natales, no Chile, há mais de 3 mil km de Santiago. A operação de retirada dos brasileiros foi suspensa depois de um novo desentendimento entre o governo chileno e os manifestantes. Desde terça-feira (11), pelo menos 100 brasileiros e outro 3 mil estrangeiros têm dificuldades de deixar a região turística no extremo sul do Chile.
O Itamaraty não sabe o número exato de brasileiros que permanecem na área afetada pelos protestos. Parte do grupo conseguiu sair no fim de semana, antes do novo desentendimento. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a vice-cônsul do Brasil em Santiago, Leticia Meireles, enviada a Puerto Arenas, principal cidade da região, afirmou que “a cada minuto chegam telefonemas e emails de mais pessoas”.
De acordo com o Itamaraty, moradores locais bloquearam as estradas para carros e algumas pessoas estão indo para o aeroporto de Punta Arenas a pé, uma caminhada de cerca de 20 km. O governo enviou recursos para Punta Arenas para o caso de algum brasileiro precisar de ajuda. Os turistas encontram dificuldades para achar alimentos e remédios, e muitos dependem da Cruz Vermelha para comer e dormir.

Os moradores locais decretaram greve geral e bloquearam os meios de transporte para pedir a suspensão de um aumento de 16,8% na conta de gás. Turistas estavam sendo usados como moeda de troca com o governo de Sebastián Piñera. No domingo (16), os líderes dos protestos, que haviam concordado em retirar os estrangeiros da área, se irritaram com o governo, que afirmou em um comunicado que os protestos haviam perdido força.

O ministro do Interior chileno, Rodrigo Hinzpeter, disse no domingo que o governo aplicará a Lei de Segurança Interna do Estado na região sul do país. "Nosso governo resolveu apresentar ações judiciais invocando a Lei de Segurança Interna do Estado", afirmou Hinzpeter. Sob a aplicação da lei, é possível triplicar as sanções e, em casos extremos, as Forças Armadas podem intervir para garantir a ordem.

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