"Tive longas e boas conversas com a presidente eleita Dilma Rousseff. E ela me disse que nesse regime não há meia autonomia. É autonomia operacional total", disse Tombini, cuja indicação terá de ser referendada pelo Senado. Mais cedo, a equipe de transição confirmou as indicações dele, a continuidade de Guido Mantega como ministro da Fazenda e a indicação de Miriam Belchior como próxima ministra do Planejamento.
Tombini, Mantega e Belchior participaram de uma coletiva no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde trabalha a equipe de transição indicada por Dilma, junto a funcionários do governo apontados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente eleita não compareceu e enviou para o anúncio o deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), um de seus coordenadores.
O futuro presidente do BC defendeu repetidamente o sistema de metas de inflação. "Eu entendo que o sistema de metas de inflação dentro do tripé de políticas macroeconômicas é um regime simplificado, de fácil entendimento para a sociedade", disse. De acordo com ele, a forma de conduzir essa política "tem ajudado o país a navegar com segurança".
"As regras do jogo estão definidas. [O regime de metas] tem sido fundamental nos últimos anos, tem sido testado. E vem funcionando como guia, permitindo que oriente as ações", afirmou.
Meirelles
A respeito do atual ocupante do cargo, Tombini, diretor de Normas do BC, afirmou: "Agradeço a confiança do presidente Henrique Meirelles. Convivemos ao longo dos últimos cinco anos. E quero fechar dizendo que o meu compromisso é fazer o uso hábil, adequado das nossas políticas para atingir os objetivos do governo, da meta de inflação e é isso que eu farei com autonomia operacional total".
Mantega diz que 2011 é ano de corte de gastos, mas sem afetar investimento
Mantega, que teve divergências com Meirelles nos bastidores do governo nos últimos anos, tampouco o citou. Preferiu concentrar seus comentários na necessidade de o país reduzir gastos com custeio em 2011 e de não criar novas despesas.
O ministro da Fazenda afirmou que 2011 é um ano para não se criarem novas despesas e indicou que o combate à inflação e o estímulo à expansão econômica só acontecerá se os gastos com custeio forem contidos. "Queremos crescimento que não aumente endividamento do Estado e crescimento que não gere inflação. O desenvolvimento que vamos prosseguir será apoiado na solidez fiscal", disse.
"Vamos manter a produção de superavits primários que permitam reduzir o deficit nominal", afirmou Mantega, que teve seu nome defendido por Lula para continuar no governo federal. Ele também previu um esforço para redução da dívida pública de 41% para 30% do PIB até o fim do mandato de Dilma.
O ministro indicou ainda que "todos os ministérios deverão dar sua contribuição" para a redução de novos gastos no ano que vem. Ele também sinalizou que isso deverá ser feito também pelo Judiciário e pelo Legislativo, que discutem o aumento dos próprios salários neste momento.
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